Da Revolução Maidan à Guerra na Ucrânia
On 02/03/2022 by Fernando Miguel SantosEste novo artigo, na sequência de “Guerra na Ucrânia“, nasce depois de ter visualizado o documentário Winter on Fire: Ukraine’s Fight for Freedom (2015, realizado por Evgeny Afineevsky, escrito por Den Tolmor e agora em exibição na Netflix) e da leitura de vários artigos de imprensa internacional de múltiplas inclinações políticas.
A integração de vários dados destas fontes pode ajudar a explicar parte da “justificação” dada por Putin para esta invasão (como o facto de apelidar o actual executivo de “toxicodependentes neo-nazis”), perceber a posição do Partido Comunista Português (PCP) nas declarações oficiais e no Parlamento Europeu (onde votaram contra a resolução de condenação da Rússia pela invasão da Ucrânia) e relacionar os factos com os EUA, a NATO e a UE.
A Revolução Maidan em resumo
Em Novembro de 2013, uma manifestação estudantil contra as políticas pro-russas do então presidente, Viktor Yanukovytch, foi rechaçada pelas forças policiais com violência. Os manifestantes expressavam a sua intenção de pertencer à UE, algo que tinha sido prometido por Yanukovytch. Este, que já tinha aumentado uma licença de exploração do porto ucraniano de Sevastopol pela Rússia, negociada com Dmitry Medvedev (hoje Vice-Presidente do Conselho de Segurança da Rússia, mas Presidente da Rússia à datas das negociações, cargo que foi alternando com Putin), não tinha verdadeiramente planos de aproximação ao ocidente, acabando por se aproximar da Rússia.
A agressividade das forças policias levou imensas pessoas a juntar-se aos estudantes. O documentário mostra jornalistas, cirurgiões, artistas e outros membros da sociedade civil a participarem activamente. A praça acabou por transformar-se num imenso acampamento e a polícia foi chamada a controlar a população. As imagens que mostram a organização dos populares são incríveis. Uma comunidade em miniatura foi criada e existiam cozinhas improvisadas que permitiam aos manifestantes não arredar pé de Maidan.
Com o intensificar da força policial, militares na reserva juntaram-se aos populares, treinando-os a resistir às investidas. Os ataques foram-se tornando mais severos e resultando em inúmeros feridos. Os populares montaram barricadas improvisadas com os materiais que tinham à disposição. “Barricadas medievais”, como descrito por um dos manifestantes. Organizaram-se em pequenos grupos, com várias denominações, alguns com o nome da cidade de proveniência outros com afiliação política. Aqui, há um dado importante a sublinhar: alguns grupos mais politizados e os ultras desportivos tinham conotação política com a extrema-direita. Obviamente, não era o caso de todos os manifestantes. Ainda assim, estes grupos agiam de forma mais agressiva, contribuindo para a escalada de violência apesar de serem uma minoria. Um artigo da BBC, de Março de 2014, cita Tarik Cyril Amar como professor na Universidade de Columbia e perito sobre a Ucrânia: “A extrema-direita, apesar de ser uma minoria, foi uma minoria muito eficaz. Isto pode levar a papéis desproporcionados precisamente em revoluções ou situações semelhantes”.
No documentário e neste artigo, Vitaly Klitschko, o actual Presidente da Câmara de Kiev, é o centro de uma situação delicada. Enquanto tenta acalmar os manifestantes da linha da frente, é-lhe despejado um extinctor na cara. Klitschko fazia parte da oposição política, mas os manifestantes estavam aparentemente fartos das suas palavras.
A violência desta manifestação elevou-se extremamente. O governo pró-russo aprovou uma série de leis de limitação de liberdade como a proibição de circular em grupos de mais de cinco carros, incluindo em funerais, (uma clara limitação ao grupo de manifestantes que usavam carros, chamado AutoMaidan) ou a proibição de usar capacetes em manifestações. Os manifestantes usaram de algum humor e protegeram a cabeça com panelas e bacias.
A violência passou para outro nível com a Berkhut, polícia de intervenção ucraniana, e com os Titushky, mercenários pagos pelo governo como instigadores infiltrados ou como concretizadores de actos de vilania a que a polícia não se podia associar. A manifestação passou a ser uma batalha campal, com violência indescritível de parte a parte. Até que aconteceram as primeiras mortes por espancamento. Ambos os lados se tornavam mais agressivos e nenhum cedia, o que demonstra a resiliência do povo ucraniano em situações tão dramáticas.
Entretanto, as balas de borracha foram substituídas por munições reais. Ao cenário de guerrilha somaram-se snipers. Mais pessoas perderam a vida. Clérigos de várias confissões atravessavam-se entre barricadas, misturando-se com corpos inertes e feridos graves.
Em Fevereiro de 2014, no palco que dava visibilidade às vozes da revolução, Klitschko anunciou eleições antecipadas para o final do ano. Os jovens que tinham visto os melhores amigos perder a vida exigiram eleições imediatas, caso contrário avançariam armados.
Yanukovytch acabaria por abandonar o seu cargo, fugindo de helicóptero. Vive actualmente em exílio na Rússia.
A anexação da Crimeia
Na sequência da instabilidade política, Putin decidiu anexar a Crimeia. Em entrevista à televisão estatal Rossia 1, Putin admitiu ter “pedido aos responsáveis dos serviços secretos e ao Ministério de Defesa” para salvarem Yanukovytch e ter dito que “seriam forçados a começar a trabalhar para manter a Crimeia como território russo”.
O Presidente ucraniano tinha sido deposto a 22 de Fevereiro de 2014. No dia 27, o parlamento regional da Crimeia foi tomado por comandos não identificados. A Crimeia foi anexada a 18 de Março, anexação que nunca foi reconhecida pelos estados ocidentais ou por Kiev.
Mais tarde, conflitos entre facções pró-russas e as forças de Kiev surgiram na região do Donbas, as regiões separatistas agora tão citadas como ponto de ruptura e como parte da justificação de Putin.
O papel dos Estados Unidos
Durante os protestos, foram efectuadas visitas oficiais dos Estados Unidos aos manifestantes, incluindo a de Victoria Nuland, à data Secretária de Estado Assistente. No documentário, declarações de dignatários americanos prestam apoio à manifestação. Segundo a CBS News, expressaram desagrado pela forma violenta e desrespeitosa para com os direitos civis como uma manifestação inicialmente pacífica foi abordada pelas autoridades.
Por outro lado, segundo a agência Tass, Putin terá afirmado que grupos de radicais se aproveitaram do descontentamento justificado da população e que os Estados Unidos financiaram os líderes da revolução à altura de dezenas de milhões de dólares. Meios de comunicação de esquerda mais radical avançaram também com a hipótese de aproveitamento por parte dos americanos.
Para piorar o clima de suspeição sobre o aproveitamento dos EUA, uma chamada de Nuland tornou-se pública onde ela se referia à UE com palavras desrespeituosas. Segundo a BBC disse “Isto pode ser bom, acho eu, para remendarmos isto e termos a ONU a ajudar a remendar isto e, sabes, que se foda a UE”.
Putin e a sua visão imperialista
Vladimir Putin escreveu um longo texto, publicado a 12 de Julho de 2021 sobre a sua visão sobre a Ucrânia. Debruça-se sobre um imenso relato histórico da região, sobre a unidade dos povos, origens comuns, influências externas diversas.
Eis algumas citações:
- “Russos, Ucranianos e Bielorussos são todos descendentes do Antigo Rus, que era o maior Estado da Europa.”
- “Em 1922, quando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi criada, com a República Socialista Soviética da Ucrânia como fundadora, um aceso debate entre os Bolcheviques resultou na implementação do plano de Lenine de formar um único estado federativo de repúblicas iguais. O direito das repúblicas se separarem de forma livre da União foi incluído no texto da Declaração da Criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e, subsequentemente, na Constituição da URSS de 1924. Ao fazerem isto, os autores plantaram na fundação do nosso estado a mais perigosa bomba-relógio, que explodiu no momento em que o mecanismo de segurança providenciado pela liderança do Partido Comunista da União Soviética desapareceu, colapsando também o partido. Seguiu-se um “desfile de soberanias”. A 8 de Dezembro de 1991, o chamado Acordo de Belovezh para a Criação da Commonwealth de Estados Independentes foi assinado, afirmando que “a URSS como entidade de lei internacional e realidade geopolítica não mais existia””
- “Os Bolcheviques trataram o povo russo como material inesgotável para as suas experiências sociais. Sonharam com uma revolução mundial que pudesse limpar os nossos estados. Por isso foram tão generosos ao desenhar fronteiras e ao oferecer presentes territoriais. Já não interessa qual era a ideia exacta dos líderes Bolcheviques que cortaram o país em pedaços. Podemos discodar em detalhes menores, background e lógicas por detrás de certas decisões. Um facto é claro como cristal: a Rússia foi roubada, sim.”
- “Claro que parte de um povo no seu processo de desenvolvimento, influenciado por várias razões e circunstâncias históricas pode sentir-se como uma nação separada. Como devemos tratar isto? Há apenas uma resposta: com respeito!”
- “Querem estabelecer um estado independente: façam favor! Mas em que termos? Relembro a intervenção de um dos mais proeminentes políticos da nova Rússia, primeiro mayor de São Petersburgo Anatoly Sobchak. Como perito legal que acreditava que cada decisão deve ser legitimada, partilhou esta opinião em 1992: as repúblicas que formaram a União, se renunciaram ao Tratado da União de 1922, devem recuar para as fronteiras que tinham antes de aderirem à União Soviética. Todos os territórios adquiridos devem ser alvo de discussão, negociação.”
- “Ucrânia e Rússia desenvolveram-se como um sistema económico único durante décadas e séculos. A cooperação profunda que tivemos há 30 anos é um exemplo a dar à União Europeia.”
- “Relembro que há muito tempo, bem antes de 2014, os EUA e os países da UE, sistemática e consistemente, empurraram a Ucrânia a limitar a cooperação económica com a Rússia. Nós, como o maior parceiro comercial e económico da Ucrânia, sugerimos discutir os problemas no formato Ucrânia-Rússia-UE. A cada vez foi-nos dito que a Rússia não tinha nada a ver com isso e que a questão só concernia a UE e a Ucrânia. De facto, os países ocidentais rejeitaram as várias chamadas da Rússia para o diálogo.”
- “Inevitavelmente, chegou uma altura em que o conceito “Ucrânia não é Rússia” não era uma opção. Havia uma necessidade do conceito “anti-Rússia” que nunca aceitaremos.”
- “O descontentamento público de Fevereiro de 2014, causado por problemas socio-económicos, erros e acções inconsistentes das autoridades da altura, foram explorados de forma cínica. Os países ocidentais interferiram nos problemas internos da Ucrânia e apoiaram o golpe de estado. Grupos nacionalistas radicais serviram de aríete. Os seus slogans, ideologia e russofobia agressivamente flagrantes tornaram-se elementos definidores da política da Ucrânia.”
- “O projecto anti-Rússia foi rejeitado por milhões de ucranianos. O povo da Crimeia e os residentes de Sevastopol fizeram a sua escolha histórica. O povo do sudeste defendeu a sua posição pacificamente. Ainda assim, todos eles, incluindo crianças, foram catalogados como separatistas e terroristas. Foram ameaçados com limpeza étnica e uso de força militar. Então, os residentes de Donetsk e Lugansk tomaram armas para defender a sua casa, a sua língua e as suas vidas.”
- “Estou cada vez mais convencido disto: Kiev não precisa do Donbas. Porquê? Primeiro, porque os seus habitantes nunca vão aceitar a ordem que eles tentaram e tentam implementar pela força, bloqueios e ameaças.”
- “Estamos perante a criação de um clima de medo na sociedade ucraniana, retórica agressiva, indulgência neo-Nazi e militarização do país. A par disto estamos a testemunhar não apenas dependência completa mas controlo externo directo, incluindo a supervisão das autoridades ucranianas, serviços de segurança e forças armadas por conselheiros estrangeiros, “desenvolvimento” militar do território da Ucrânia e implantação da estrutura da NATO. Isto é também um disfarce para a tomada do resto da economia ucraniana e da exploração dos seus recursos naturais.”
- “Hoje, o “patriotismo” certo na Ucrânia é o que odeia a Rússia.”
- “Nunca iremos permitir que os nossos territórios históricos e o povo que nos é próximo sejam usados contra a Rússia. E aos que pretendem tentar, gostaria de dizer que neste caminho destruirão o seu país.”
- “A Rússia está aberta ao diálogo com a Ucrânia e pronta a discutir os problemas mais complexos.”
- “Respeitamos a língua e as tradições ucranianas. Respeitamos o desejo dos ucranianos de ver o seu país livre, seguro e próspero.”
- “Estou convencido que a soberania da Ucrãnia é possível apenas em parceria com a Rússia.”
- “Juntos sempre fomos e vamos ser mais fortes e mais bem sucedidos. Porque somos um só povo.”
- “Hoje, estas palavras podem ser interpretadas como hostis. Podem ser interpretadas de muitas formas, mas muita gente ouvir-me-á. Por isso digo: a Rússia nunca foi e nunca será “anti-Ucrânia”. O que a Ucrânia vai ser é aos seus cidadãos que cabe decidir.”
Traduzi estas palavras da versão inglesa do texto original. Considero-o um documento histórico de grande importância. Tornou-se leitura obrigatória para os militares russos. Devia tornar-se objecto de estudo por todo o mundo para que se perceba como os contornos históricos, enviesados por visões absolutistas, podem ser usados por déspotas para justificar barbáries.
Retoma a ideia de um Império Russo constituído por Velikorussos, Malorussos e Belorussos. Por considerar que, historicamente, russos, ucranianos e bielorussos parte integrante do Império Russo (utilizando as designações antigas anteriormente citadas por ordem respectiva) e que, actualmente, a Ucrânia sofre de problemas que só a sua ajuda pode resolver, esquece-se de algo vital. Para além das influências do Ocidente e da Rússia, de ideologias políticas extremas e moderadas, da existência de anti-Russos e de pró-Russos, existe o poder de auto-determinação de um povo que foi ingorado ao violar-se a integridade do seu território. Mais tarde, os mais básicos princípios de humanidade foram atropelados por tanques, mísseis e muitas mortes.
As sanções e as neutralidades
À hora de escrita deste texto, as sanções económicas aplicadas à Rússia e que começam a ser aplicadas à Bielorússia, são inúmeras. Várias instituições bancárias foram excluídas do SWIFT. Os espaços aéreos europeu e americano estão fechados a todos os aviões russos, impedindo até os voos privados de oligarcas. Alguns destes tentam usar aviões de outras nacionalidades de forma clandestina ou navegam nos seus iates tentando uma fuga possível.
Algumas marcas de renome decidiram deixar de produzir ou vender na Rússia. O rol inclui a BMW, a Ford e a Apple.
Um facto importantíssimo é a tomada de posição da Suíça, que alinhou sanções com a UE, deixando o seu estatuto de neutralidade cair e impedindo que o dinheiro sujo da oligarquia e da corrupção possa circular na sua economia.
O voto contra do PCP
O Parlamento Europeu aprovou uma resolução de condenação à Rússia por larga maioria. O Bloco de Esquerda absteve-se. O PCP votou contra. Justificou-o no seu site com um comunicado, onde condena a violência, mas mais uma vez não condena a Rússia de forma clara pela invasão à Ucrânia. Eis algumas transcrições:
- “O PCP condena o caminho de ingerência, de violência e de confrontação decorrente do golpe de estado de 2014 promovido pelos EUA na Ucrânia, a que se seguiu a recente intervenção militar da Rússia, e a que se acrescenta a intensificação da escalada belicista dos EUA, da NATO e da UE.”
- “O PCP considera profundamente negativa a resolução, hoje adoptada no PE, que: (…) ignora as sucessivas decisões e provocações dos EUA, NATO e UE que levaram ao conflito na Ucrânia e precederam a intervenção militar da Rússia neste país; ignora o papel que os EUA, NATO e UE tiveram no golpe de estado de 2014 na Ucrânia, recorrendo a forças fascistas, que levou a profundas fracturas, perseguições e violência na Ucrânia (…)”
João Ferreira, do PCP, em declarações à CNN, fez ligeiramente melhor, condenando a acção militar russa. Porém, defendeu a posição tomada no comunicado supracitado, referindo-se às sanções aplicadas como “atirar gasolina para uma fogueira”. Diz ainda que o fornecimento de armas à Ucrânia contribui para a escalada do conflito.
Estamos diante do maior conflito bélico na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. A Rússia invadiu um país soberano. A Rússia é um país onde nomes eternos alternam entre si as posições de poder; a Ucrânia um país com um Presidente que antes era membro da comunidade artística, eleito democraticamente como independente. A Rússia ameaça usar armas nucleares e ameaça países com democracias sólidas (mais sólidas do que a ucraniana), como a Suécia e a Finlândia. A Ucrânia luta pela liberdade, tendo lutado antes por democracia; na Rússia, Putin manda prender os manifestantes que dele discordam.
Percebo a tentativa do PCP de contextualizar todo o caminho que levou a esta guerra. Contudo, parece-me que estratégia política, financiamento e influência são claramente diferentes de uma invasão destrutiva e não provocada. Por isso, é incompreensível que esse esforço de contextualização leve a um voto negativo na resolução do PE e que não haja uma condenação categórica da Rússia.
Além disso, o texto do PCP é similar a algumas das passagens do texto de Vladimir Putin, com tudo o que isso significa.
Conclusão
Depois deste longo texto, baseado no documentário e em vários documentos ainda mais extensos (particularmente o de Putin), creio poder tirar algumas conclusões. Consigo perceber de onde nascem vários argumentos dos dois lados desta guerra e dos seus aliados.
A maior das minhas convicções sai reforçada: nada justifica a guerra. Nada justifica a ambição imperialista de Putin, as atrocidades cometidas em seu nome e a defesa das suas posições.
Nada justifica que a humanidade tenha de temer os horrores nucleares, ainda por cima após dois anos de restrições. Nada justifica as vidas tomadas pelos militares. Nada justifica as lágrimas das crianças, a dor dos que deixam as suas casas, o medo das famílias que abandonam os seus homens que defenderão heroicamente o seu país.
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