Finalmente, teu marido
On 16/07/2022 by Fernando Miguel SantosFinalmente, teu marido.
Tudo começou a 5 de Outubro de 2021, com o nosso noivado. Seguiram-se meses de minuciosa preparação. Há umas semanas (bem, talvez mais de um mês) chegou a ansiedade. A vontade de ter um dia perfeito, de criar o dia que sonhámos para nós e para os nossos convidados.
Começou a tornar-se real com a escolha dos tecidos para o fato. Era uma aposta arrojada. Inspirado na Disney, idealizado por mim e concretizado pela Alfaiataria Lusa. Como disse o Nélson Marques, uma obra de arte que exigia muitas horas de trabalho e alguns riscos. Ao final de cinco provas ali estava o fato de princípe com o qual queria casar.
Com a chegada da semana do casamento, a ansiedade aumentou. Um pesadelo mostrou-me chuva torrencial, um jantar numa adega poeirenta e apenas vinte pessoas presentes. Acontece que o dia começou com uma equipa de fotografia, nossos amigos, que vestidos de igual com camisa havaiana e chapéu de palha, me acompanharam com descontracção.
Acontece que a Quinta dos Jasmins não tem adega poeirenta, recebe os noivos como poucos, dedica ajuda personalizada ao noivo e à noiva (obrigado Liliana por teres estado comigo enquanto tremia e por me teres deixado ver que as cadeiras já tinham bem mais de vinte pessoas antes da minha entrada; obrigado Cláudia pela batuta de maestro na hora de coordenar todos os timings).
Quando desci a escadaria, ladeado dos meus irmãos e padrinhos, os nervos estavam por todo o lado: nos meus ombros, nos meus passos, nas minhas palavras. Por outro lado, a felicidade segurava-os com mão firme. Os passos não tremiam, os ombros deixavam os braços mexer coordenados com o corpo e, bem, talvez se tenha notado em alguma pressa que impus ao padrinhos. 😅
Cheguei junto dos meus pais na pausa da música, como previsto. Os pormenores ficam para quem lá esteve, por isso passemos às emoções. Chorei com o primeiro passo. E com os seguintes. Chorei ao cumprimentar a minha mãe Cristina e o meu pai Joaquim, ao cumprimentar a mãe Céu que nos proporcionou a cerimónia civil mais emotiva a que já assisti. Ainda chorava quando enviei um beijo agradecido aos presentes (sim, bem mais de vinte!).
Sorri quando a Petra, a menina das alianças mais bonita de sempre, entrou divertida a dizer que tinha de dar aquele livrinho porta-alianças ao “tó” (tio, em petrês).
Depois, virei costas ao tapete de pétalas. Queria ver a minha futura esposa apenas quando estivesse de frente para mim. A música que tocou então fez-me explodir de emoção. Soluçava. A alegria de estar ali era baptizada com lágrimas profusas.
Então, virei-me. Diante de mim, ombreando com o pai Jorge e a mãe Gilda, estava uma princesa. Uma rainha. As lágrimas, já soltas, aceleraram. Baixei os olhos e voltei a olhar para sentir de novo aquele impacto do sonho a tornar-se vida. Da vida a ser, verdadeiramente, um sonho.
O vestido arrastava-se pelo corredor de pétalas, o amor que sentia ia para lá do imenso jardim.
Voltei a comover-me no sunset. Que grande festa! Um círculo de amor e amizade formou-se à nossa volta, recheado com muita dança. Por esta altura, já não é difícil de imaginar o que aconteceu: comovi-me de novo.
Foi também a primeira vez que fui ao ar, lançado pelos braços daquela família alargada. Comovo-me agora, ao escrever, ao recordar os rostos de felicidade que nos rodeavam. No meio do círculo, lá estava aquele vestido, aquele rosto que tanto aprecio, aquele olhar rasgado que me conquistou, aquele corpo que dança como ninguém, a mulher que amo, a minha esposa!
A sala, já com beleza própria, estava aprimorada exactamente como pedimos à Amores Perfeitos.
O nosso bolo real, com cinco andares diferentes entre si, vigiava a sala exactamente como tínhamos imaginado.
Seguiu-se o serviço à mesa. Para que se perceba o detalhe a que se presta a simbiose entre a Quinta dos Jasmins e o catering Estrada Real, não há funcionário que não tenha auricular. Sob a orientação do António Cardoso, omnipresente na sombra e visível quando necessário, como faz um chefe de sala de excelência, o serviço permitiu-nos usufruir dos pratos e dos momentos de pausa. Os elogios à comida foram-se multiplicando durante e após a festa.
Chega a altura de falar da Best Produções, isto é, do Mário e da Isabel. Foi com eles, ajudados pelo Nélson, que deixamos a enorme responsabilidade de animar o nosso casamento. Começaram por nos brindar com um sunset fenomenal. No centro das atenções, bem ao nosso lado, o Hugo Marinheiro com o seu saxofone.
A energia da Isabel é inesgotável! O trabalho é executado com emoção e sentimento, enquanto o Mário, mestre na leitura da pista, usa o seu sentido de oportunidade para tirar o melhor de cada convidado e de cada momento. Vi amigos dançarem como nunca tinha visto; outros que nunca vi dançar passaram o tempo de braços no ar, a saltar de sorriso no rosto. As palavras que trocamos no final, bem como o intercâmbio lacrimal com a Isabel, provam que o nosso dia foi recheado de emoções fortes e isso deve-se em grande parte à animação.
Recordarei para sempre o pequeno apontamento musical a que me atirei de última hora. Não seria possível sem a ajuda da Beatriz e do Rafael, meus primos e grandes músicos. Ensaiei com eles uma hora. De guitarra no colo, o Rafael deu corpo à minha voz e ajudou-me a concretizar aquele momento (e a disfarçar a rouquidão que a festa me deu.)
A nossa história contada em forma de teatro musical era uma escolha arriscada. Certo é que ninguém arredou pé e, no final, logo se juntaram a nós para dançar. Dançar muito!
O corte do bolo foi mágico. Abraçados pela energia da família enorme que nos presenteou com a sua presença, o fogo de artifício fez culminar outro momento de lágrimas.
Esta é a história concisa do nosso dia. Um dia de felicidade. Choro, normalmente, mais de alegria do que de outro qualquer sentimento. Se isso servir de medida, veja-se o quanto fui feliz durante todos os momentos.
Para o eternizar, contámos com uma equipa inigualável: o Edson Pina, o Pedro Araújo, o Filipe Mota, o João Martelo e o Vítor Lopes. São profissionais como poucos, mas, acima de tudo, são amigos. Registaram a festa, fizeram parte da festa e, em vários momentos, foram a festa!
Antes do casamento, disse a alguns amigos que não casaria outra vez, fosse pelo que fosse, pelo trabalho que exige e pelo cansaço e ansiedade que nos são impostos. Estava errado. Redondamente errado.
Depois de ter vivido todos aqueles momentos ao teu lado, minha esposa, voltaria a fazer tudo (e ainda mais se preciso fosse) para casar de novo contigo.
Obrigado, do fundo do coração (e da facilidade das minhas lágrimas) aos nossos, aqueles que connosco dizem “sim, aceito”, aqueles cujos sorrisos nos iluminarão e ao nosso amor enquanto nos lembrarmos do dia do nosso casamento. Isto é, para sempre.
O amor é o único caminho, a única viagem, a mais divina aventura. O meu só faz sentido ao teu lado!
Fernando Miguel Marques Pereira Cardoso dos Santos, o teu marido
Arquivo
- Agosto 2024
- Junho 2023
- Maio 2023
- Abril 2023
- Fevereiro 2023
- Janeiro 2023
- Dezembro 2022
- Novembro 2022
- Outubro 2022
- Setembro 2022
- Julho 2022
- Março 2022
- Fevereiro 2022
- Janeiro 2022
- Dezembro 2021
- Setembro 2021
- Fevereiro 2021
- Junho 2020
- Maio 2020
- Abril 2020
- Março 2020
- Fevereiro 2020
- Janeiro 2020
- Abril 2019
- Fevereiro 2019
- Janeiro 2019
- Dezembro 2018
- Novembro 2018
- Fevereiro 2017
- Agosto 2016
- Julho 2016
- Junho 2016
- Maio 2016
- Abril 2016
- Março 2016
- Fevereiro 2016
- Dezembro 2014
- Outubro 2014
- Abril 2014
- Fevereiro 2014
- Dezembro 2013
- Maio 2013
- Março 2013
- Fevereiro 2013
- Novembro 2012
- Setembro 2012
- Julho 2012
- Junho 2012
- Fevereiro 2008
Calendar
S | T | Q | Q | S | S | D |
---|---|---|---|---|---|---|
1 | 2 | 3 | ||||
4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 |
11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 |
18 | 19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 |
25 | 26 | 27 | 28 | 29 | 30 |