As lágrimas de Federer e Nadal

Quis o acaso que o meu mais do que raro zapping me levasse a ver o último jogo de Federer em directo. Não tenho por hábito passar os canais em busca de algo interessante, dirigindo-me directamente às plataformas de streaming. (Também não tenho por hábito recorrer a anglicismos e eis dois para provarem a validade

Finalmente, teu marido

Finalmente, teu marido. Tudo começou a 5 de Outubro de 2021, com o nosso noivado. Seguiram-se meses de minuciosa preparação. Há umas semanas (bem, talvez mais de um mês) chegou a ansiedade. A vontade de ter um dia perfeito, de criar o dia que sonhámos para nós e para os nossos convidados. Começou a tornar-se

Bruno Nogueira sobre a agressão de Will Smith

Uma agressão física é injustificável. Parece impensável que alguém defenda a atitude de Will Smith depois do Mundo se manifestar ao lado do Charlie Hebdo e do Porta dos Fundos, como escrevi noutro artigo. Como diz Bruno Nogueira, em vez de se questionar a legitimidade da violência (que não existe), questiona-se erradamente os limites do

A agressão de Will Smith

A agressão de Will Smith a Chris Rock, na noite dos Oscars, ressuscita a eterna questão dos limites do humor. É verdade que não é fácil discernir onde se encontram as fronteiras da agressão verbal, mas o cerne da questão está na definição: verbal.  A liberdade de expressão e as restrições ao discurso Tendo a

A Mais Breve História da Rússia, de José Milhazes

Texto sobre a leitura de A Mais Breve História da Rússia, de José Milhazes.

Orhan Pamuk

Anti-Russian sentiment is growing in the West. What can be done to stop it? “I am very critical of what Putin is doing, but I will continue to teach Dostoevsky and Tolstoy in my class at Columbia University. I’m sure my students will come in large numbers. Being angry about what Putin is doing is

A cultura tem origem, não tem bandeira

Vivo a cultura como premissa de Humanidade. Tenho dirigido alguns dos meus interesses para o que é exclusivo da nossa espécie, principalmente em situações – e não têm sido poucas – em que nos aproximamos da irracionalidade animal. Escrevo e digo, amiúde, que são estas características exclusivamente humanas que temos de aconchegar. É um caminho

Versatilidade ou especialização?

(Des)orientação vocacional Durante anos, debati-me com uma ideia que ia e vinha como se me quisesse comunicar algo importante. Não sei ao certo quando terá surgido, mas, quando estava no nono ano, vivi um momento paradigmático. A Escola Inês de Castro tinha dado o papel de orientadora vocacional a uma professora que sofrera um acidente

Miramar, de Naguib Mahfouz, e a universalidade da Literatura

Não conhecia Naguib Mahfouz até a minha futura sogra me oferecer Miramar. Há esta curiosidade sobre as ofertas literárias que me são feitas: as pessoas que estão mais virgens em relação ao conhecimento do mercado oferecem-me livros realmente surpreendentes, sendo menos influenciadas pelo marketing e consequentes escolhas mais massificadas. Miramar é um romance bem construído

Da Revolução Maidan à Guerra na Ucrânia

Este novo artigo, na sequência de “Guerra na Ucrânia“, nasce depois de ter visualizado o documentário Winter on Fire: Ukraine’s Fight for Freedom (2015, realizado por Evgeny Afineevsky, escrito por Den Tolmor e agora em exibição na Netflix) e da leitura de vários artigos de imprensa internacional de múltiplas inclinações políticas.  A integração de vários

Guerra na Ucrânia

Escrevo por ter um amor desmesurado pelas palavras. São a minha mais natural manifestação artística e, creio, uma das minhas maiores armas.  Com a invasão russa da Ucrânia, escrevo para organizar o pensamento. Não pensei que a minha geração pudesse assistir a duas guerras. Primeiro, a guerra sanitária. Agora, um conflito bélico que põe em

Conselho político de Andrew Solomon

Lugares Distantes, Como a viagem pode mudar o mundo, de Andrew Solomon é um livro sobre os diferentes mundos que o mundo contém. Faz jus à citação de Alexander von Humboldt: “Não há visão do mundo tão perigosa como a daqueles que não viram o mundo”.

“Um, Dois, Três”, uma comédia de Ferenc Molnár

Da minha efémera experiência no teatro amador guardei uma ideia. Repetida até à exaustão pelo Sr. Meireles, o encenador, apresentava-nos a realidade do teatro como própria ao palco. Dizia-nos que o objectivo não era imitar a realidade, cujos diálogos são por vezes enfadonhos. A ideia era permitir ao público espreitar por uma fechadura e ver

“Memórias que uma vacina não apaga”, o meu novo livro

A escrita sempre foi o meu maior sonho. Fazer das minhas palavras o berço de vozes ficcionais e a fundação da construção de realidades paralelas é um prazer indescritível. Porém, desta vez foi a realidade que me surpreendeu. Foi a vida, aquela que se desenrola com a normalidade dos dias, que se transformou. Sucederam-se momentos

Louco por Ela

MUITO MAIS DO QUE UMA COMÉDIA ROMÂNTICA Sou um ávido consumidor de histórias. Essa consistência em cruzar o real com a ficção, em tentar interpretá-los como duas faces da minha existência, têm-me proporcionado momentos deliciosos.  O facto de ser eclético nas minhas escolhas proporciona outro feliz acontecimento: o cruzamento inesperado de interesses, a conexão de

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