
“Ruby Sparks”
On 16/09/2012 by Fernando Miguel SantosDE JONATHAN DAYTON E VALERIE FARIS
FERNANDO MIGUEL SANTOS, 16 de Setembro de 2012, na revista Rua de Baixo
“Ruby Sparks – Uma Mulher de Sonho” é um filme que não será recordado por muito tempo. Uma comédia romântica, com uma dose elevada de fantasia, que retrata a história de um solitário escritor em pleno bloqueio literário pós-sucesso.
Calvin Weir-Fields, o talentoso jovem escritor que não consegue repetir o seu sucesso, vê-se envolto numa nuvem de pressões e de desculpas quanto à sua produção literária até que um sonho, onde uma rapariga atraente lhe fala de uma forma que muito lhe apraz, o assalta. Decidido a usar os frutos do seu inconsciente para, finalmente, honrar a sua produção literária, Calvin cria Ruby Sparks.
À medida que as suas páginas se multiplicam, Calvin passa a dispensar as consultas de psicanálise e, em paralelo com a catarse dos seus fantasmas passados, Ruby Sparks torna-se real.
Após a suspeita de que a loucura o teria tocado, negada também pelo surpreendido irmão que confirma que Ruby é de carne e osso, Calvin transforma a sua mais recente personagem na sua namorada.
Contudo, como qualquer criativo, sente a independência de Ruby como um ultraje ao seu domínio e começa a construir alterações que, após serem redigidas na máquina de escrever, se tornam realidade e modificam a pessoa que Ruby Sparks é no mundo real.
Num paralelismo já concretizado por outras opiniões escritas, este filme condiz com “Meia-noite em Paris”, de Woody Allen, no pormenor de nunca nos explicar os factos que mais imaginação implicam.
Muito embora seja uma produção que, porventura, pouco conquistará o público, “Ruby Sparks” é um filme que aborda a criatividade, o sentimento de posse dos criadores em prol da sua criação, os meandros mais profundos do inconsciente criativo e a mudança que o poder total de trocar o rumo dos acontecimentos pode gerar em alguém que, a princípio, se poderia até considerar enfadonho.
A compreensão final de que não podemos controlar a totalidade das variáveis que nos rodeiam e de que o amor depende, também, da liberdade, oferece a Calvin tanto a possibilidade de devolver a sua escrita ao sucesso como uma segunda oportunidade.

Título original: “Ruby Sparks”
De: Jonathan Dayton, Valerie Faris
Com: Paul Dano, Annette Bening, Zoe Kazan
Género: Comédia
Classificação: M/12
Outros dados: EUA, 2012, Cores, 104 min.
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